









Decorreu na passada quinta-feira, 25 de setembro, no Auditório da CCDR Algarve (Faro), mais uma edição das "Conversas com a Ordem", organizada pela Delegação Regional do Algarve da Ordem dos Economistas.
A sessão contou com as intervenções de Pedro Reis, Ex-Ministro da Economia e ex-Presidente da AICEP, e Luís Serra Coelho, Diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Algarve, tendo como moderador Cláudio Lima, Presidente da Delegação Regional do Algarve da Ordem dos Economistas.
O tema em debate foi "A Economia do Algarve – Desafios e Oportunidades", e trouxe à reflexão um conjunto de paradoxos que marcam a região e o país.
O Paradoxo do Algarve: Um Porto de Abrigo para Investidores que Expulsa o seu Melhor Talento
Quando pensamos no Algarve, a imagem que surge é quase sempre a mesma: um postal de sol, praias e turismo vibrante. No entanto, por baixo desta superfície idílica, esconde-se uma teia de paradoxos económicos que condicionam o futuro da região e do país.
O debate revelou quatro grandes pontos que ajudam a compreender os dilemas atuais da região:
1. Portugal como "Porto de Abrigo"
Portugal está a ser visto por investidores internacionais como uma plataforma estratégica num mundo em caos. A estabilidade, a qualidade de vida e a distância dos grandes centros de conflito transformaram o país num refúgio para o capital internacional.
2. O Paradoxo do Turismo
Apesar de representar diretamente cerca de 40% da riqueza da região, o turismo cria uma armadilha: gera empregos mas, ao mesmo tempo, expulsa talento qualificado. A diferença salarial face ao resto do país agrava-se à medida que aumenta a especialização, levando os profissionais a procurar outros destinos.
3. O Maior Obstáculo: O Medo de Decidir
Mais do que falta de ideias, o problema está na paralisia decisória. A administração pública, receosa e burocrática, arrasta processos durante décadas, bloqueando a ligação entre o investimento disponível e a diversificação necessária.
4. O Futuro: Não é Menos Turismo, é Mais Tudo o Resto
A solução não passa por reduzir o turismo, mas por qualificá-lo e apostar em novos setores de futuro: saúde e bem-estar, agricultura moderna, centros de serviços partilhados, economia do mar e hubs tecnológicos.
A gravação integral da sessão está diponível para visualização aqui.
Agradecemos aos oradores pela partilha de conhecimento e reflexão, à CCDR Algarve pelo espaço e acolhimento e aos órgãos de comunicação social presentes - Sul Informação, Rádio Total 98.3 e Mais Algarve - pelo contributo na divulgação deste evento.